DEPOIS DO TEMPORAL
Não sei se minha loucura
É um caso de camisa de força
Ou de uma camisa de Vênus
Só precisa de uma cura
Vou reabrir a porta de minha vida
Venha, adentre-se, sente-se, acomode-se.
Vamos falar de seu abandono
Pois eu me achava seu dono
Vamos apenas falar do futuro
Deixar o que aconteceu para trás
Vamos derrubar este muro
Para tentarmos recomeçar
Vou fazer de tudo agora
Para reconquistar seu coração
Mas por favor, não demora.
Para acabar com minha aflição
Nossa vida era tão normal
Eu via até um horizonte
Mas depois de um temporal
Não sobrou ponte sobre ponte
Vamos desatar todos os nós
Caminhando em busca de uma luz
Pra termos a nossa vida a sós
Acreditando que só o amor nos conduz
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DA VIDA
Venha aqui minha pequena
Olhe bem para você
Veja as marcas em seu rosto
O sofrimento é seu caminho
Olhe para seu corpo
Maltratado pelas longas noites perdidas
E acredita que é feliz?
Seu corpo é um palco
Onde você representa
Seus encantos, suas necessidades
A plateia adentra este palco
Descarregando seus desejos
Aplaudindo sua encenação
Em cada ato um fato consumado
São muitos atos noite adentro
Você é a alegria da plateia
E depois pensa no valor de cada ato
E na manhã seguinte
Segue sua vida
Gastando seu cachê
E quando a noite chegar
A cortina se levanta
E tudo recomeça.
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VOCÊ
Você ai arrepiada
De medo, de emoção sei lá!
Já passaste por tantas coisas
O que será que ainda virá?
Eu sei de suas historias
Suas dores e seus sofrimentos
Já esteve em tantos braços
E muito pouco foi feliz
As suas escolhas nunca foram boas
Você se entregava
A quem te dava atenção
Mas era só para aquele momento
E foi buscando em um, e em outro
Tentando sempre
Não se importando com suas decepções
A ilusão de ser feliz com esse
Ou a certeza do abandono com aquele
A incerteza na manhã seguinte
O gosto amargo de ser usada
E simplesmente de ser mais uma
Esqueça esta busca
Deixe de peregrinar por estas camas
Sendo mal amada e apenas usada
Às vezes até humilhada
Conheça-te e descubra-te
Saiba que esta busca um dia acaba
Talvez tenha alguém por perto
Que queira te fazer feliz
Você vê, mas não enxerga
Ele está te acompanhando
Seguindo seus passos vendo seus fracassos
E ele pode te fazer feliz
Ele Só precisa de uma chance
Dê esta chance pra você...
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A PRIMEIRA VEZ
Quando meu corpo toca o seu
Ainda sinto a emoção me dominar
É sempre assim há longos anos
Já fazemos amor há tanto tempo
E tudo ainda é tão igual
De quando a gente namorava
Ainda lembro-me da primeira vez
Naquela noite na varanda
A emoção a flor da pele
Eu te abraçando, te beijando
Te Acariciando lentamente
Avançando profundamente
E de repente no chão
As roupas jogadas
Os corpos suados
Os gemidos silenciosos
E sua pureza quebrada
Foi um êxtase total
Já faz tanto tempo
Mas ainda estou ao seu lado
A gente ainda se ama loucamente
Mas tudo começou...
Naquela noite ardente...
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AH! ...UMUARAMA... De tantas saudades...
Minha infância, minha juventude,
minha querida e saudosa mãe dona Lourdes, meu pai seu Olívio “catarina”
meus irmãos, Otacir, Marenice, Sergio, Mirinho, Fatima, Cristina, Rogerio, Julio e Sandra e por ultimo o Fabiano,
meus amigos, Italo, Chico, Seneval, Jair, Miguel, Lindoval, Milton e tantos outros...
minhas queridas tias Celia e Mariazinha
Os bailes do Harmonia, a discoteca do Aceu...
Os bailinhos nas casas dos amigos...
AH! Umuarama...
Dos meus muitos amores... das muitas paixões...
As paqueras, os agitos, os sonhos, a ânsia de crescer e partir dali...
Como era bom aquilo tudo!
O primeiro emprego aos 10 anos na Gráfica dos Pepinos...
O aprendizado e aperfeiçoamento em tipografia no jornal A Gazeta... Por 7 anos
Participar do numero 1 do jornal Umuarama Ilustrado...
A ida pra Brasília prestar serviço militar...
À volta pra Umuarama trabalhar na Tribuna do Povo
E Participar do primeiro jornal diário de Umuarama...
À volta para o
Umuarama Ilustrado...
Para ser seu primeiro linotipista...
E em 1978 chega ao fim meu ciclo de Umuarama... E parto pra São Paulo...
com muitas saudades disso tudo...
Um dia desses, volto, quem sabe...
NAS PAREDES DA MEMORIA,
ESTAS LEMBRANÇAS SÃO OS QUADROS QUE DOEM MAIS...
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O QUE FICOU DAQUELA NOITE (na visão da mulher)
Naquela noite ardente
Quando a gente se entregava
Não havia nenhum jeito
Pois o fogo não se apagava
Não estávamos preparados
Tudo aconteceu perdidamente
Nós só demos conta
Depois do ato consumado
mas uma semente germinou
E no seu ventre se espalhou
Daquele ato inconsequente
A minha vida estagnou
Quando você soube
Logo notei no seu olhar
A covardia do seu gesto
E o arrependimento do que houve
Você não quis assumir o fato
Eu deveria ter desconfiado
Mas o fruto que eu trago
Foi por Deus abençoado
Vou vivendo minha vida
Cuidando de meu baby
Sacrifiquei meu sonhos e planos
Esquecendo-me de mim, imagine de você
Sei que agora estás longe
Não sei onde se esconde
De meu nome mal se lembra
Mas deixo a dor da consciência
Um dia talvez
Você encontre meu baby
Pelo dever e não pelo amor
E terá certeza do mal que me causou
Você pode fugir hoje
Amanhã nunca te encontrarei
Mas comigo ficará sempre
O fruto daquele noite ardente
As tristezas que vivi
As dores que passei
A humilhação de ser mãe solteira
O abandono dos amigos e da família
Estive sempre muito só, só eu e o baby
Agora estou bem
O tempo passou
A ferida curou
Mas não cicatrizou
E o baby nasceu
Tive que aprender pela dor
O descaminho desse amor
Menina, menina, tome cuidado
O perigo está ao seu lado
Em cada dia, em cada noite
Não sonhes e nem espere demais
A sua vida, é você e ninguém mais...
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Essa mulher que passa e me olha
Me desconcerta e me encanta
Mas me nega saber dela
Não sei de onde vem
E nem pra onde vai
Apenas admiro seu jeito meigo
E seu sorriso radiante
Toda manhã eu só penso nela
Esperando ela passar
Com seu jeitinho especial de ser
Toda fogosa e faceira
Ela passa e me diz “oi”,
acena rapidamente, apenas isso
E segue seu caminho
E eu embasbacado e desiludido
Fico ali sozinho
E agora só no dia seguinte
Tenho medo de perturbar lhe
pois me faltam coragem e ousadia...
acho que não tenho a menor chance
Pois a cronologia do tempo é cruel
Não importa, você tem minha admiração
Seu trabalho a espera,
Na volta, sei lá, talvez marido, namorado, filhos, sei lá... sei não...
Não sei quem a espera
mas gostaria de saber algo sobre você moça
será possível isso um dia?
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Desarme seu coração
Sinta a emoção
De uma dor ou de um amor
Mas sinta...
Não fique na penumbra
Se escondendo dos afetos,
Das emoções intensas ou passageiras...
Não fique na defensiva
Com atitude intempestiva
Agindo assim você só consegue disfarçar
Sua dor escondida...
Seus olhos não mentem
Há algo de errado com eles
Pois se seu sorriso é lindo
A sua alma implora por algo mais
E é visível em você
Uma dor dilacerante te rodeando
Como um espírito
Que não encontrou seu descanso
Durante o dia tentas esconder
Mas na chegada da noite
Vem à tona esta tormenta
E olhas de lado...
Não tem mais ninguém aqui...
Agora só você e a solidão...
Nesta prisão emocional
Você se agarra a seu grande amor: a liberdade
Temendo que um amor ou um desejo
Possa aprisionar seu coração...
Vem viver o amor vem...
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